"A mulher deve ser lentamente decifrada, como o enigma que é: encanto a encanto." Coelho Neto

Levará a vida inteira para me decifrar...














sexta-feira, 23 de julho de 2010

Tórrida


Os olhares se cruzaram e, instantaneamente, entre os corpos surgiram um campo magnético de atração. Foi totalmente perceptível o calor do fogo que acendeu; consumindo seus corpos chamando-os a curtir essa chama extasiadora.Naquele momento, todos os poemas dos amantes se concretizavam em uma verdade absoluta: eles faziam parte do clichê "alma gêmea". Uma idéia tão humanamente inventada e agora tão real. Aquela paixão se personificava neles e se transformava ora em beijo, ora em abraços, em dizeres de carinho e desejo. Tudo. Era tudo que precisavam e se resumia em criar uma unidade; seres únicos e indivisíveis. E eles que um dia acharam que não existia amor a primeira vista. Esse sentimento,porém, sempre se muta para amor ao primeiro toque, ao primeiro beijo, a risadas desconcertadas e todas as formas possíveis de se viver o amor. Com o tempo, ele também pode mudar para necessidade; saudade; ciúmes. Mas só para proteger sua existência. Não era mais apenas livros e filmes. Era real.

Mas o que eles não sabiam é que um fogo muito ardente pode queimar e isso faz cicatrizes em seu coração. Deixa rastros como marcas erosivas das rochas em frente à fúria do mar. E o amor à primeira vista transformou-se. Transformou-os em estranhos. Quando isso aconteceu? Foi sorrateiro. E assim, mais uma vez, ilusão. E a la Cazuza: "o nosso amor a gente inventa e quando acaba, a gente acha que nunca existiu". E estamos solteiras novamente sonhando com o amor dos livros e filmes que sabemos que nunca serão verdade. Por que isso? Simplesmente porque na vida real não existe ponto final.

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